terça-feira, 25 de novembro de 2014

Aviso a quem interessar.


O Núcleo de Quadrinhos do Piauí vem informar a todos os associados, aficionados por quadrinhos e amigos que não realizaremos a FEIRA HQ este ano. Seria a 14ª edição. 

Por se tratar de um evento gratuito, a Feira HQ não gera recursos para financiar uma próxima edição, portanto precisamos sempre recorrer a editais e convênios com poderes públicos. É o que estamos fazendo nos últimos meses: mandamos projeto para o BNB, para o MinC (através da lei Rouanet) e ainda procuraremos o próximo governo, a partir de janeiro de 2015 para tratarmos de um convênio.

Entretanto, mesmo sem a Feira HQ, em 2014 realizamos algumas coisas dignas de nota: lançamos o livro “Por Dentro do Máscara de Ferro”, fizemos um contrato com a SEDUC e realizamos o projeto “O Imortal”. O ano ainda não terminou, vamos lançar esse ano o Projeto Akira no catarse. Estamos trabalhando ainda para que nos primeiros meses de 2015 possamos lançar o projeto Revista Feira HQ nº04, com todos os trabalhos premiados nas quatro últimas edições da Feira HQ.

Em 2015 teremos também eleições para nova diretoria do Núcleo de Quadrinhos do Piauí. É importante que você esteja atento e, caso queira associar-se, ingressar na diretoria ou conselho, ou mesmo formar uma nova chapa, procure-nos!

Até!

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

PROJETO AKIRA

Ilustração de Daniel HDR
Objetivos - Impressão de catálogo com ilustrações homenageando AKIRA; - Doação de TODO o recurso excedente (descontando impressão e custos de envios) para o Lar de Maria, instituto de caridade que cuida de crianças com câncer em Teresina - PI.
Descrição do Projeto: -O catálogo terá 72 páginas, sendo 60 ilustrações. -Estamos recebendo novas propostas de ilustrações para incluir no catálogo. Enviar paranucleodequadrinhospi@gmail.com com cópia para bernardohq@hotmail.com, em 300dpi. Envie em formato proporcional ao A4. - O envio do trabalho não significa que seu desenho será selecionado. Haverá uma pré-seleção. - O livro terá formato 20,5x23cm. -Temos uma página no facebook para dialogarmos sobre o projeto. Curta e acompanhe lá!https://www.facebook.com/projetoakiraotomo?fref=ts -Todas as ilustrações que estão à venda estão na página do Projeto AKIRA no facebook.
Justificativa Certo dia, vimos na internet que 50 desenhistas brasileiros uniram-se e fizeram uma homenagem a um desenho animado (animê) do qual todos gostavam: Dragon Ball. Compartilhei a ideia e disse: “Quem me ajuda a fazer uma homenagem a Akira?”, outro trabalho japonês, de Katsuhiro Otomo, que muita gente no mundo todo também gosta. Entrei em contato com outros desenhistas que conhecemos e fiz o convite. Todos concordaram, nos demos um prazo para produzir as ilustrações e começamos a trabalhar.
No meio desse prazo, o desenhista Daniel Hdr, de Porto Alegre-RS, disse que precisaríamos fazer algo além de um catálogo que homenageasse um desenho feito por alguém do outro lado do mundo, que deveríamos ajudar alguma instituição que tratasse de crianças em situações especiais. Ele disse também algo que mudou minha visão sobre a obra em questão: “Akira é, de alguma forma, uma história sobre infância”. Não poderia ser diferente, todos nós adotamos essa ideia e logo me veio à mente o “Lar de Maria”, uma casa aqui em Teresina-PI que cuida de crianças com câncer e ajuda as famílias no processo de tratamento.
Decidimos que nosso projeto deveria se tornar um catálogo para todos aqueles que doassem uma quantia para o “Lar de Maria”, via nosso projeto no Catarse. E assim começamos a pensar como desenvolver essa ideia e se teríamos problemas com direitos autorais. Descobrimos que não teremos, porque nenhum catálogo será vendido, apenas doado entre aqueles que apoiarem o projeto. Não buscamos fins lucrativos. Boa parte dos convidados decidiu também doar seu desenho original ou print assinado para vendermos aqui no Catarse.
Funcionará da seguinte forma: o Catarse cobra 13% do arrecadado, cerca de 1 mil será gasto com despesas de correios (será gasto mais proporcionalmente à quantidade de pessoasl que apoiarem) e gastaremos outros de sete mil reais com a impressão (impresso na gráfica Halley, a melhor do Piauí). Todo o valor excedente será doado ao Lar de Maria.
Boa parte dos ilustradores convidados, cederam suas ilustrações originais ou impressões delas autografadas para vendermos. Uma das artes é esta abaixo, de Rogério Narciso:










O Catarse cobra 13% do arrecadado, cerca de 7% será gasto com despesas de correios e gastaremos cerca de dez mil reais com a impressão (impresso na gráfica Halley, a melhor do Piauí). Todo o valor excedente será doado ao Lar de Maria.
Boa parte dos ilustradores convidados, cederam suas ilustrações originais ou impressões delas autografadas para vendermos. Uma das artes é esta abaixo, de Rogério Narciso:



Estamos trabalhando com três metas. Como podem ver, os R$8mil iniciais ajudam apenas com os gastos de impressão, envio e percentagem do Catarse. Nossas metas indicam o quanto poderemos contribuir com a aquisição de dois produtos que são de grande consumo pelo Lar de Maria: pacotes de fraudas e fardos de leite! E se atingirmos a meta de R$15mil ainda teremos um bônus para todos aqueles que contribuírem acima de R$100,00: uma camisa personalizada com uma arte do projeto.
OBS: O valor mínimo para que o projeto seja realizado é de R$8mil. Recurso necessário apenas para impressão do catálogo, gasto com envio nos correios para todos os apoiadores (que receberão em casa sem nenhum outro custo) e os 13% que o Catarse cobra. Com esses R$8mil nós fazemos o catálogo e divulgamos o Lar de Maria, entretanto, para realizarmos um apoio mais concreto para aquela instituição optamos pela meta 01 de R$10mil, que permitirá a compra de fraldas e leite, produtos muito necessários no Lar de Maria. A Meta 01 não é o valor mínimo para o projeto ser validado, mas é nosso objetivo para realizarmos melhor o apoio ao Lar de Maria.

Todos agradecemos.
Diretoria do Núcleo de Quadrinhos do Piauí

quinta-feira, 20 de março de 2014

Das diretrizes e planos para o Núcleo de Quadrinhos do Piauí



No dia 09 de março a Diretoria, Conselho e associados do Núcleo de Quadrinhos do Piauí (NQ) reuniram-se em Assembleia no auditório da Casa da Cultura. Para além das pautas discutidas (que tratavam de recursos para a 14ª Feira HQ, 4ª Revista Feira HQ, adesão de novos sócios e alteração de membros da diretoria e conselho), uma coisa ficou bem clara para mim: é urgente que o NQ consiga representar os quadrinistas do Piauí. É muito importante que os leitores e produtores de quadrinhos do Piauí sintam que existe uma entidade que trabalha pelo desenvolvimento dessa arte.

“O NQ não me representa”, disse o Conselheiro Zorbba. “Um grupo 5 desenhistas encontram-se numa livraria e planejam um curso de quadrinhos. Aquilo lá parece mais o NQ do que isso aqui”, disse a tesoureira Lais Romero. Isso me faz pensar... E a questão que ficou daquele dia é, afinal, até onde realizar um evento como a Feira HQ é significativo para quadrinistas e aficionados daqui? Eles se sentem parte de um projeto? Eles gostam do nosso evento? Sentem-se satisfeito com ele? A princípio, considerando os prós e os contras, acho que a resposta é “não”.

Entretanto, nosso evento é bom, salutar e positivo para nosso cenário. Deixa muita coisa a desejar, mas é um evento eficiente e devemos continuar a fazê-lo. Entretanto, as ações do NQ devem deixar de ser pensadas, articuladas e executadas por apenas meia dúzia de pessoas e faz-se necessário hoje replaneja-las, porque a Feira HQ, um evento que é tão difícil de fazer, não agrega as pessoas, não cria um espírito de coletividade nem projeta as pessoas envolvidas em um projeto continuado e crescente. O que precisamos fazer?

O estatuto do NQ determina nossas finalidades. Permitam-me relembrá-las:
1 - Divulgar as Histórias em Quadrinhos piauienses, por todos os meios possíveis;
2 - Promover o desenvolvimento de uma produção consequente de histórias em quadrinhos no Piauí, num processo integrado à comunidade, através da realização de obras, com recursos próprios e/ou obtidos por doações e arrecadações;
3 - Representar os associados junto a órgãos públicos no atendimento de suas reivindicações pertinentes à área de abrangência da associação;
4 - Proporcionar a integração de seus associados nas atividades relacionadas aos quadrinhos, desenvolvidas em âmbito nacional e internacional;
5 - Buscar e encaminhar soluções e alternativas para os problemas relacionados aos quadrinhos, desenvolver uma política de incentivos à produção local, atuando na defesa dos direitos dos associados no campo do direito autoral;
6 - Promover e manter cursos, oficinas e demais atividades, a fim de profissionalizar produtores de Histórias em Quadrinhos no Piauí;
7 - Apoiar e estimular o cooperativismo e outras formas de associativismo na produção e divulgação dos Quadrinhos no Piauí.

É verdade que realizar uma feira anual está muito aquém do estabelecido em nosso estatuto. Então, refaço aquela pergunta: o que precisamos fazer? A resposta que me vem parece simples,mas não é: organização. Precisamos nos organizar enquanto membros da diretoria e conselho, precisamos definir diretrizes, depois planos, seguidos de projetos e, por fim, uma política para o quadrinho piauiense. E, durante todo esse percurso, conquistar o máximo de amigos que gostam de quadrinhos, principalmente aqueles que produzem quadrinhos, que acredito ser o nosso foco.

O item 2 diz “promover o desenvolvimento de uma produção consequente de histórias em quadrinhos”. Ora, nós falamos de “uma política de incentivos à produção local”, de “profissionalizar produtores de Histórias em Quadrinhos”! É claro que o público leitor, o público crítico que escreve sobre quadrinhos, que aprecia os quadrinhos, são também alvo de nossa atenção e cuidado, mas a natureza da nossa associação é voltada para os produtores de quadrinhos. E aí eu lembro, de novo, das falas do Zorbba e da Lais e concluo que esses produtores não fazem o NQ. Dos atuais nove membros da diretoria e conselho, apenas eu e o Zorbba poderíamos nos considerar quadrinistas. Que verdade é essa?

Uma verdade doída: artista não gosta de burocracia, não faz a política da cultura, ele apenas produz. Mario David, que é nosso presidente, é leitor e pesquisador e ama quadrinhos, a ponto de tomá-lo como mote de seus trabalhos. É preciso que pessoas como o Mário tomem a frente de associações como o NQ, porque “artistas” são desburocratizados (pra não dizer desorganizados) e pouco fazem para a articulação de mudança de um cenário. É claro que artistas podem ser presidentes: eu fui, durante 4 anos. O que quero dizer é: "quem quer que esteja no NQ tem que pensar em políticas para quem desenha e escreve ou para quem quer aprender a desenhar e escrever, e todo esse povo quer ver seus trabalhos sendo lido e divulgado".

Portanto, analisando esses itens que determinam nossas finalidades, gostaria de citar aqui algumas diretrizes que para mim são fundamentais para pensarmos em planos e projetos de execução:
1- Criar o cadastro de autores piauienses de quadrinhos.
2- Publicar autores piauenses de quadrinhos.
3- Criar uma escola ou manter um curso permanente de quadrinhos.
4- Realizar encontros ou eventos permanentes de quadrinhos.

Parece pouca coisa, mas se focarmos nessas 4 diretrizes teremos muito trabalho a fazer. Permitam-me discorrer sobre cada um desses quatro itens:

1) O cadastro vai servir para nos conhecermos. Assim saberemos quem faz quadrinhos no Piauí, quem desenha, quem escreve, quem tem projetos concluídos ou que precisam ser construídos. Quando organizarmos quem produz e disponibilizarmos um mecanismo para que essas pessoas se conhecerem, estaremos criando um catálogo, tanto para quem desenha, como para quem escreve e então poderemos articular esses dois grupos de pessoas. Esse catálogo servirá também para qualquer pessoa que precise de um desenhista ou ilustrador possa contatar diretamente essas pessoas. É o NQ articulando a produção, fazendo esse meio de campo. Esse catálogo pode ser feito através da criação de um site, ou de uma publicação (impressa ou digital).

2) Depois de conhecermos quem produz, teremos acesso ao que existe de material produzido, então poderemos criar políticas de publicação desse material. Podemos criar editais para selecionar propostas desses autores, conseguir recursos através de patrocínios, venda de publicidade ou compra antecipada desses projetos (no molde do Catarse, por exemplo) junto a leitores e associados. É o NQ editando os produtores e criando mercado no Piauí. Bem articulado e organizado, o NQ pode virar o proponente gerador de todo um mercado de produção de quadrinhos.

3) Depois, o NQ precisa ensinar os novos e promissores talentos a fazer quadrinhos. Existem muitos bons profissionais no Estado, e depois que os articularmos e publicarmos, eles poderão se tornar multiplicadores. Construir uma escola é fundamental para renovar todo esse ciclo, entretanto é um investimento caro e complicado, por isso precisaremos criar algum tipo de convênio com o governo estadual, municipal ou com o poder privado, para que possamos dispor de uma sala de aula equipada. Essa escola, obviamente pagará os professores, mas o acesso às aulas poderá ser gratuito, dependendo da forma de convênio que conseguirmos construir.

4) A quarta diretriz diz respeito à Feira HQ, mas não apenas a ela. Para realizar todas essas atividades, o NQ precisa de recursos. Notadamente, a Feira HQ é um evento gratuito e acredito que deveria continuar sendo: um evento público. Entretanto, o NQ deve criar outros eventos, como uma pequena Feira HQ, nos moldes desses eventos de exibição de animês que acontecem quase todos os meses. A tesoureira Lais Romero propôs trazer um convidado que possa fazer uma palestra gratuita e depois um minicurso pago. Isso pode funcionar num evento pequeno como esses e conseguiríamos gerar uma renda, além de agregar público que não diretamente aquele que produz quadrinhos.

Vocês devem ter percebido que essas 4 diretrizes possuem uma lógica cronológica e um grau de prioridades. Acredito que a Feira HQ, hoje, seja a última desses 4 tópicos principais que o NQ deve seguir, depois, inclusive, de um evento de pequeno porte. A Feira HQ é um evento muito importante, e o NQ como o conhecemos hoje cresceu em torno dela, mas faz-se necessário perceber que precisamos crescer para os outros lados. Penso também, analisando as finalidades do NQ, que a Feira HQ não é um evento que foca na profissionalização e publicação dos quadrinistas, ela até estimula a produção, mas pensem comigo: as pessoas que participam da Feira HQ são aspirantes a profissionais que querem ter seu trabalho reconhecido. Os verdadeiros profissionais do quadrinho piauiense não participam da Feira HQ, basta lembrar de Caio Oliveira, Leno Carvalho e Will Walber Jr. A Feira HQ serve como uma vitrine para conhecermos os bons, dali a gente tira mão-de-obra para profissionalizar, para torná-lo o autor de um projeto que será publicado, para se tornar um autor disponível em nossa catálogo que possa ser contratado para um serviço, para se tornar um professor da nossa escola ou curso, enfim, para profissionalizá-lo. A Feira HQ até tem como objetivo publicar os trabalhos premiados, mas como todos sabemos, estamos devendo isso pelas quatro últimas edições.

Nesses termos, nós já temos 13 anos de Feira HQ e conhecemos nossos bons quadrinistas, portanto precisamos articulá-los, publicá-los e torná-los multiplicadores, o que colocaria a Feira HQ numa situação confortável de segundo plano, porque ela tem cumprido com sua meta de incentivar a produção e de criar um espaço de lazer para os apreciadores da nona arte.

Se considerarmos essas diretrizes colocadas aqui nessa ordem, trabalharemos para aqueles cinco quadrinistas que planejam um curso de quadrinhos mas que não se sentem incentivados, confortáveis ou convidados a participarem de uma Assembleia Geral como a que aconteceu no último dia 09 deste mês, e, talvez, eles percebam que o projeto de uma escola/cursos é uma das finalidades do NQ e que a gente só precisa de pessoas como eles que agreguem ideias e trabalho a nós (diretoria, conselho e associados) para que possamos, juntos, realizá-lo.

Se considerarmos esses diretrizes, talvez o Zorbba e tantos outros desenhistas, ilustradores, roteiristas, leitores e pesquisadores que gostam de quadrinhos, possam, enfim, se sentir representados pelo NQ. Se não for assim, seremos sempre a mesma diretoria e conselho brigando pra fazer a Feira HQ.

Dito tudo isso, perdoem-me por ter sido longo demais, espero que possamos redirecionar nossas atividades.

20 de março de 2014

Bernardo Aurélio

Conselheiro do NQ